METRÔ FAZ PARCERIA COM A PREFEITURA DE SÃO PAULO PARA AÇÕES VOLTADAS AO PÚBLICO IDOSO

METRÔ FAZ PARCERIA COM A PREFEITURA DE SÃO PAULO PARA AÇÕES VOLTADAS AO PÚBLICO IDOSO

23/01/2019


O Metrô de São Paulo firmou nesta quinta-feira (23) parceria com a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao público idoso. A parceria vai resultar na realização de ações de cidadania, prevenção de acidentes e combate à violência às pessoas com mais de 60 anos.
A colaboração do Metrô, que é detentor do Selo Amigo do Idoso, será feita com a cessão de informações e troca de experiências para a elaboração de encontros, fóruns de discussão e treinamentos para aperfeiçoar o atendimento aos idosos. Também serão feitas visitas sensoriais às dependências do Metrô, para a familiarização e melhor uso do sistema. Faz parte da parceria a cooperação para a divulgação das ações, através de campanhas educativas que estimulem a gentileza e auxílio ao público conhecido como “60+” e poderão ser veiculadas nas mídias como monitores de trens e estações, além das redes sociais.
O Metrô também cederá espaços nas estações para eventos como a “Jornada 60+”, que envolverá a participação dos conselheiros dos idosos da cidade de São Paulo e técnicos da Companhia para discutir melhorias que podem ser implantadas, trazendo mais segurança e conforto a esse público. Essas ações pretendem reduzir a quantidade de acidentes no sistema, que hoje atinge um patamar baixo – 18 ocorrências a cada 1 milhão de passageiros transportados.
O Metrô sempre foi atento ao público idoso e se tornou referência no assunto por desenvolver inúmeras ações inclusivas que já resultaram no ganho de um prêmio da UITP (União Internacional dos Transportes) em Milão. Todas as 62 estações das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha são acessíveis, com infraestrutura que facilitam o deslocamento dos idosos, deficientes e pessoas com dificuldades de locomoção. Faz parte da estrutura dessas estações, mais de 500 escadas rolantes e 150 elevadores, além de sinalização especial.
A frota de 169 trens tem 30% dos assentos preferenciais, número acima do recomendado nas normas técnicas, e além de visitas de grupo de idosos, o Metrô também realiza anualmente a semana de prevenção de queda de idosos.
Diariamente, cerca de 120 mil idosos utilizam as linhas operadas pela Companhia (linhas 1-Azul, 2-Verde, 3 –Vermelha e 15-Prata), contando com o auxílio de 3 mil funcionários da operação capacitados para atendê-los.
Fonte: Metrô

Descobrimos as melhores cidades litorâneas para viver após os 60 anos

Descobrimos as melhores cidades litorâneas para viver após os 60 anos


Uma dica para envelhecer com mais qualidade de vida no Brasil pode ser a de botar o pé na areia. É o que mostra o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), que estabelece um ranking inédito das melhores cidades do país para as pessoas que têm 60 anos ou mais.
Afinal, três das quatro primeiras colocadas da lista – Santos (1ª), Florianópolis (2ª) e Niterói (4ª) – são litorâneas, sendo que Porto Alegre ficou em terceiro lugar.
Embora a proximidade do mar não assegure qualidade de vida, como reforça Wesley Mendes-Da-Silva, coordenador acadêmico da FGV/EAESP, desenvolvedora do IDL, as cidades do litoral possuem características que favorecem atividades ao ar livre e ações sociais contributivas.
Leia a entrevista completa aqui.
“O ar é mais puro e, em termos de segurança, os habitantes se sentem menos vulneráveis ao desfrutar do espaço urbano”
“Em geral, a topografia desses municípios facilita a mobilidade das pessoas mais velhas, que costumam caminhar pela orla”, diz Roberta Consentino Kronka Mülfarth, 46 anos, professora-doutora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de são Paulo (FAU-USP). “O ar é mais puro e, em termos de segurança, os habitantes se sentem menos vulneráveis ao desfrutar do espaço urbano.”
O IDL foi resultado de um trabalho de um ano, desenvolvido pela FGV/EAESP para o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. Foram considerados mais de 60 indicadores relacionados à qualidade de vida em 498 municípios, entre eles número de instituições de longa permanência, nível de pobreza entre os idosos, qualidade hospitalar e acesso a atividades recreativas.
“Santos atrai pelo lazer e pelo clima”
Santos, a líder do ranking, destaca-se sobretudo pela saúde financeira – o percentual de população de baixa renda é baixo, e o PIB local tem valores significativos. Nesse cenário, a cidade está na ponta no que diz respeito ao número de idosos com planos privados de saúde. Também chamam a atenção, no quesito cultura e engajamento, as quantidades de cinemas e de planos de TV por assinatura no município.
A alta parcela de idosos da população santista, por sua vez, impacta a ampliação da oferta de condomínios residenciais para esse público, bem como a existência de instituições para longa permanência e o número de casamentos de pessoas de 60 anos ou mais. Em contrapartida, a desigualdade na distribuição de renda deve ser considerada por aqueles que pensam em adotar o maior jardim de praia do mundo, com 5.300 metros de extensão, como quintal para os dias de aposentadoria.
“A cidade também é marcada por seus elementos históricos significantes, como o Museu do Café, referência na trajetória da bebida no Brasil”, afirma a arquiteta Maria Luisa Trindade Bestetti, 57 anos, professora-doutora do curso de gerontologia da Universidade de São Paulo.
Ela lembra ainda que, nos últimos anos, houve melhorias na orla de Santos que contam a favor do aproveitamento do espaço urbano, caso da remodelação de quiosques do calçadão, da troca da iluminação e da instalação de câmeras de vigilância e novos sanitários públicos. “A cidade atrai pelo lazer e pelo clima.”
“[Em Florianópolis], a tranquilidade é maior, e o custo de vida, menor, na comparação com grandes centros”
Em Florianópolis, segunda colocada do ranking do IDL, a parcela da população de baixa renda também é pequena. Os idosos que vivem na capital catarinense possuem rendimentos que a colocam entre as melhores grandes cidades brasileiras nesse quesito. Outro diferencial positivo da cidade é o acesso a serviços de internet e TV por assinatura. O número de usuários de planos privados de saúde, no entanto, deixa a desejar.
Natural de Porto Alegre, a professora da USP conhece bem “Floripa” – e diz que pretende se mudar para lá quando se aposentar. “A tranquilidade é maior, e o custo de vida, menor, na comparação com grandes centros”, aponta. “Como se trata de uma região muito industrializada, os habitantes podem consumir os produtos locais, desde tecidos até alimentos. Além disso, a estrutura preparada para atender uma população flutuante sazonal de veraneio beneficia também os residentes permanentes.”
A fluminense Niterói, que possui a ponte com o maior vão em viga reta contínua do mundo e despontou como ponto de apoio à produção de petróleo, aparece em quarto lugar no ranking do IDL, impulsionada pelo número de médicos por habitante – o maior entre as 150 maiores cidades do Brasil – e pela quantidade de leitos para internação – 4º lugar de destaque no país. A má distribuição de renda e a violência no trânsito são aspectos negativos do município.

Prefeitura recebe Selo Intermediário Amigo do Idoso e faz parceria com o Metrô sobre prevenção de quedas para pessoas idosas

Prefeitura recebe Selo Intermediário Amigo do Idoso e faz parceria com o Metrô sobre prevenção de quedas para pessoas idosas



A Prefeitura de São Paulo recebeu na manhã desta quinta-feira (23) durante solenidade no edifício Matarazzo, sede da administração municipal, o Selo Intermediário Amigo do Idoso. 

A capital conta com cerca de 1.340.000 pessoas idosas, sendo 17% em situação de vulnerabilidade (223.000), de acordo com a Fundação Seade.
Segundo a secretária executiva estadual de Desenvolvimento Social, Nayra Karan, o envelhecimento é uma realidade inegável. “Estamos muito honrados de entregar esse selo intermediário para a cidade de São Paulo, que é uma cidade referência em termos de políticas públicas”, destacou.
Para a presidente do Grande Conselho Municipal do Idoso, Marly Feitosa, “São Paulo tem ficado cada vez mais amiga do idoso e o momento é de celebrar mais essa conquista”.
Com o selo intermediário, a Prefeitura cumpre mais uma etapa de um conjunto de medidas adotadas para adquirir o Selo Amigo do Idoso ao final deste ano. A medida premia e certifica a administração municipal por seis metas atingidas até o fim de 2019:
1) Cadastro de idosos no Cadúnico - um instrumento de coleta de dados e informações com o objetivo de identificar todas as famílias de baixa renda existentes. São cadastradas as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa;
2) Realização de ações de saúde bucal para idosos;
3) Desenvolvimento de ações na ampliação da cobertura de idosos que têm direito ao BPC (Benefício de Prestação Continuada);
4) Implantar ações para garantir acessibilidade aos idosos no transporte público municipal;
5) Elaborar e adaptar o Código de Posturas Municipais às normas da ABNT e ao Desenho Universal;
6) Implantar ações focadas na prevenção, identificação e proteção da violência contra idosos.
A Prefeitura de São Paulo já havia recebido o Selo Inicial por ter o Grande Conselho Municipal do Idoso constituído desde 1992 e por realizar um diagnóstico de idosos no município e de gestão sobre as políticas e ações para a garantia dos direitos da pessoa idosa nos Planos Municipais de Saúde e Assistência Social, cobertura vacinal e atuação na prevenção de quedas.
“Quando a gente faz política pública olhando para o futuro, que é o que estamos fazendo hoje, a gente faz isso em respeito ao passado e vivendo o presente”, afirmou a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Ana Claudia Carletto.
Para garantir o Selo Pleno é necessário repetir um amplo diagnóstico sobre a população idosa. Outra condição seria criar o Fundo Municipal do Idoso no município, administrado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, já existente e regulamentado em 2017. O Selo Amigo do Idoso foi criado pelo Decreto nº 58.047 em maio de 2012 pelo Governo do Estado de São Paulo.
Parceria com o Metrô
Durante a solenidade, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) também firmou um termo de cooperação com a Companhia Metropolitana de São Paulo - Metrô.
O acordo prevê a divulgação e o desenvolvimento de diversas ações com idosos. 
São ao todo cerca de 120 mil pessoas idosas que circulam diariamente nas estações do Metrô. 
As ações serão realizadas nas principais e mais movimentadas estações do Metrô e vão transcorrer durante um ano, a partir de 5 de fevereiro. 
Serão realizadas visitas monitoradas, sensibilizações, atividades educativas e campanhas de esclarecimentos sobre os cuidados no transporte metroviário para as pessoas idosas.
“É uma satisfação muito grande participar de um evento onde vamos cuidar de quem cuidou da gente a vida inteira. O objetivo dessa parceria é potencializar ações com divulgação de eventos para esse público”, disse o presidente da Companhia Metropolitana de São Paulo, Silvani Alves Pereira.
Já a secretária Ana Claudia Carletto lembrou que o Metrô já tem trabalhado na acessibilidade, que contribui com todas as pessoas, e que “atuar na prevenção de queda é falar de vida”.
Para a coordenadora de políticas para Pessoa Idosa, Sandra Regina Gomes, é essencial pensar no envelhecimento com qualidade de vida. 
“Essa parceria com o Metrô é mais uma conquista das pessoas idosas da cidade de São Paulo.

É nossa responsabilidade cuidar dessa população com os quatro pilares do envelhecimento ativo: saúde, participação, proteção e educação”.

Fonte: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania




Aniversário de São Paulo: metrópole busca qualidade no acolhimento de quem quer viver mais e melhor

Aniversário de São Paulo: 

Metrópole busca qualidade no acolhimento de quem quer viver mais e melhor


O aniversário de São Paulo, no dia 25 de janeiro, celebrará os 466 anos dessa cidade que é uma senhora de grande imponência. E, quando pensamos na questão da longevidade saudável para seus habitantes, precisamos levar em conta que a própria metrópole também precisa envelhecer com qualidade – e sabendo se renovar no que diz respeito à solução de problemas urbanos.
Assim, a data comemorativa é uma ocasião propícia para fazermos um check-up da capital paulista, com o intuito de identificar os pontos em que sua saúde vai bem e quais aqueles que demandam mais cuidados para garantir o bem-estar de seus mais de 45 milhões de habitantes – população da cidade estimada em 2019 pelo IBGE.
Índice de Desenvolvimento para a Longevidade (IDL), resultado de uma parceria entre o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Faculdade Getulio Vargas (FGV/EAESP), revela algumas das facetas de São Paulo, tanto em relação a itens positivos como sobre seus pontos que precisam melhorar para dar uma melhor qualidade de vida aos seus idosos.
De um lado, é preciso destacar o que “Sampa” tem de melhor entre os quesitos avaliados pelo IDL. Assim, os indicadores favoráveis da metrópole são a renda da população de idosos; o acesso à rede de esgoto; o número de docentes para a educação de idosos; a quantidade de matrículas de idosos para a educação de jovens e adultos; o número de enfermeiros; e a frequência relativamente menor de diversos tipos de violência – sexual, doméstica e de tortura, entre outras – e de agressão à vida.
No entanto, de acordo com o IDL, São Paulo deixa a desejar em relação a número de leitos do SUS (Sistema Único de Saúde), número de atendimentos de emergência, quantidade de estabelecimentos de atividade de condicionamento físico, incidência de hipertensão arterial entre os habitantes de 15 anos ou mais de idade e taxa de desemprego.

Fundo Municipal do Idoso

No que lhe diz respeito, os “cuidadores” dessa senhora quadricentenária que é São Paulo apresentam dados sobre o que tem sido providenciado pelo poder público para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes, especialmente a dos mais maduros.
Segundo Sandra Regina Gomes, coordenadora de Políticas para Pessoa Idosa da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, um grande passo para a criação de melhorias urbanas que visam aos mais longevos foi a implementação definitiva do Fundo Municipal do Idoso em 2019.
“Seus recursos serão usados para financiar cerca de 60 projetos de atendimento à população idosa a partir de março deste ano”, diz. Em torno de R$ 2 milhões estão disponíveis pelo fundo com essa finalidade, provenientes de doações de pessoas físicas e jurídicas.

De olho na educação

Os projetos em questão, explica Sandra, estarão direcionados para pessoas em situação de maior vulnerabilidade social. Serão conduzidos em parceria com organizações da sociedade civil (OSCs) e gerenciados pelas secretarias municipais aos quais estiverem relacionados – como as de Saúde, Mobilidade e Transportes e Educação.
E, por falar na seara educacional, a coordenadora menciona que uma das demandas dos idosos que vivem em São Paulo é a de capacitação financeira. “Há muito o que orientá-los nesse sentido”, diz. “Muitos filhos e netos acabam explorando os mais velhos por conta de suas aposentadorias, além do assédio que sofrem para a contratação de crédito consignado.”
A prefeitura, então, passará a oferecer cursos gratuitos de educação financeira aos 60+. Também estão previstas oficinas de outros temas em dez espaços localizados em bairros da periferia. “Deverão ser 1.000 vagas por mês para os idosos dessas regiões”, dimensiona Sandra. As aulas começam em fevereiro no Polo Cultural da Terceira Idade (r. Teixeira Mendes, 262, Cambuci) – mais informações podem ser obtidas pelo telefone 11/3207-9713) ou no site.

Espaços de convivência

Em termos de acolhimento, uma grande preocupação da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania é fomentar a criação de centros-dia, espaços para a permanência diurna dos mais velhos com a realização de atividades de integração.
“Hoje há 16 desses centros em São Paulo”, informa a coordenadora de Políticas para Pessoa Idosa. “Cada um deles atende cerca de 30 idosos, e cada indivíduo custa cerca de R$ 80 mil por mês para o município. Mas precisamos de um número muito maior de espaços desse tipo. São Paulo tem 96 bairros, e o ideal seria que todo bairro tivesse o seu centro-dia.”
O poder municipal oferece ainda 16 instituições de longa permanência para idosos, algumas com capacidade para atender 30 pessoas, e outras, para 60, enquanto 91 núcleos de convivência de idosos espalhados pela capital beneficiam 12 mil cidadãos.
Por sua vez, Cidade Tiradentes, na zona leste, e Vila Clementino, na zona sul, receberam a classificação de Bairro Amigo do Idoso. Com isso, melhorias como a iluminação das calçadas são viabilizadas em parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), algo já efetivado na Vila Clementino (eu ADORO esse bairro, mesmo morando no Jabaquara) e planejado para Cidade Tiradentes.

Em busca de mobilidade

Aliás, na percepção de Sandra Regina Gomes, um dos aspectos que merecem atenção especial e “uma mudança de olhar por parte da cidade” é o da mobilidade. E esse campo também tem sido alvo das iniciativas da prefeitura, segundo ela. “Da frota municipal de ônibus, 90% dos veículos são acessíveis”, calcula. “Agora temos atuado na capacitação de motoristas e cobradores no trato com os mais velhos.”


Essa é mesmo uma questão a ser trabalhada, na opinião de Carolina Guimarães, coordenadora da Rede Nossa São Paulo, organização da sociedade civil que atua por uma cidade mais justa, democrática e sustentável. “As pessoas mais velhas que vivem na capital paulista têm dificuldade para subir nos ônibus e descer deles”, aponta. “É necessário institucionalizar esse tipo de cuidado com essa população.”
Problemas relacionados à acessibilidade, em sua avaliação, “inibem essas pessoas de circular pela metrópole para fazer coisas, visitar amigos”. “É preciso zelar pelas calçadas”, reforça. Sandra Regina diz que, no quesito locomoção, há ações previstas também para o metrô. 
“O projeto Experiente Cidadão tem como objetivo orientar os idosos para que utilizem mais esse meio de transporte”, afirma.

Aniversário de São Paulo: cidade inclusiva para todos

Ficar mais velho realmente é uma oportunidade para se reinventar em termos de hábitos e valores. Esse pensamento se aplica para uma senhora de 466 anos. “Há muito a ser feito para que a metrópole seja mais calorosa e acolhedora”, considera a coordenadora da Rede Nossa São Paulo, lembrando que, na verdade, existem muitas cidades dentro do território paulistano. “A qualidade de vida varia muito de uma para outra”, sentencia.
“Temos trabalhado bastante por uma cidade mais inclusiva para todos, mas ainda é preciso fazer muito mais”, conclui Sandra Regina. Assim, ao cantar parabéns no aniversário de São Paulo, atenção à parte que diz “é pique, é pique, é pique”: de fato, é preciso muito ânimo na mobilização por uma cidade sempre melhor.
Fonte: Instituto de Longevidade

O mundo está envelhecendo. E quem vai pagar a conta?

O mundo está envelhecendo. E quem vai pagar a conta?

  • [31/12/2019] [11:55]

Até 2050, a população com mais de 60 anos quase dobrará em relação a 2015| Foto: Imagem de Simon Wijers por Pixabay
Já não somos mais tão jovens. Não se trata de figura de linguagem, é um fato comprovado estatisticamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 2015 e 2050 a população com mais de 60 anos em todo o mundo quase dobrará, passando de 12% para 22%. Mais do que isso: o ritmo de envelhecimento está aumentando drasticamente. A OMS considera um país envelhecido quando 14% de sua população tem mais de 65 anos. Na França, por exemplo, esse processo levou 115 anos. No Brasil, a previsão é de que isso aconteça em duas décadas. Devemos ser considerados um país velho em 2032, quando 32,5 milhões dos mais de 226 milhões de brasileiros terão 65 anos ou mais.
O envelhecimento populacional traz consigo uma conclusão positiva: estamos vivendo mais. A OMS calcula que em 2050 haverá 434 milhões de pessoas com 80 anos ou mais, contra 125 milhões atuais. Se para as pessoas o fato de viver mais indica uma melhoria na qualidade de vida, para os governos isso está se tornando um grande problema. É o que alerta o jornalista e professor Jorge Félix, um dos principais especialistas do país em envelhecimento e longevidade. Em seu livro mais recente, Economia da Longevidade – o envelhecimento populacional muito além da previdência, ele sustenta que o envelhecimento está redefinindo a geopolítica mundial.
“A economia capitalista demorou muito para aceitar a infância e, agora, se vê diante da velhice, que ela também nunca aceitou. A longevidade, portanto, é uma grande vitória da Modernidade, mas se tornou um fator perturbador do capitalismo”, afirma Jorge Félix.

Para o pesquisador, os países têm atualmente o desafio de lidar com a economia da longevidade, ou seja, buscar soluções para conseguir sustentar uma população mais velha. É o que ele classifica como “corrida populacional”. “Em resumo, está em jogo quem vai pagar pelo envelhecimento de quem?”, explica em entrevista à Gazeta do Povo. Spoiler: a situação do Brasil nesse cenário não é nada confortável.
O sr. afirma que o envelhecimento populacional está construindo uma nova geopolítica. De que maneira isso acontece?
O envelhecimento populacional é um fenômeno que demanda mais da economia das sociedades. O mundo inteiro está envelhecendo a ritmos diferentes. No entanto, o que tento demonstrar no livro é que o ponto fundamental é o modelo econômico do século XXI, onde a dinâmica demográfica aparece como um fator inédito. Que modelo é esse? O modelo que eu denomino "capitalismo de desconstrução", uma vez que a política neoliberal adotada a partir dos anos 1970 em quase todo o planeta impõe uma austeridade fiscal fazendo reduzir o papel do Estado, reduzindo o patrimônio social dos trabalhadores, mercantilizando a saúde, a educação e desconstruindo, portanto, o Estado do Bem-Estar Social do pós-guerra. Porém, nos países onde o Estado do Bem-Estar Social prevaleceu, a população não aceita – como estamos vendo nas ruas da França, da Itália... – essa desconstrução pacificamente. O eleitor passa a exigir a continuação de um mínimo que seja dessa rede de proteção. Como ela foi muito ampla, como apresento no livro, os países ricos precisam ir em busca de novas fontes de seu financiamento e isso se dá impondo a suas ex-colônias – que no passado pagaram pela construção dessa rede de proteção – novas formas de exploração. Além dos recursos naturais, do petróleo, principalmente, entra em cena a fonte financeira, que se dá por meio de privatização de sistemas de previdência, por exemplo. Mas também vemos a repercussão da demografia na imigração, no comércio mundial e no meio ambiente. Em resumo, está em jogo quem vai pagar pelo envelhecimento de quem? É por isso que o envelhecimento populacional, como um fenômeno inédito na história, forja uma nova geopolítica.
O sr. fala também em uma “corrida populacional”, uma disputa sobre quem vai pagar pelo envelhecimento de quem. Quais países estão na frente nessa corrida?
Os países de sempre, os países ricos. Eles também estão pressionados, como disse anteriormente, mas têm mais condições de explorar outras partes do planeta. Seja pelos recursos naturais, seja na esfera financeira, por meio de mercado de títulos das dívidas, seja mesmo pelos produtos e serviços que serão demandados por uma sociedade envelhecida. Nela, as famílias têm menos filhos e mais idosos, portanto, mudam sua cesta de consumo. Como esses países ricos garantiram, por meio da construção de campeões nacionais, uma sofisticação produtiva, ou seja, produtos tecnológicos, eles venderão mais. Isso porque as famílias demandarão mais produtos tecnológicos para cuidar de seus velhos. A teleassistência, a robótica, a tecnologia aplicada a diversos setores são a base da nova política industrial suscitada pelo envelhecimento populacional. É a economia da longevidade.
Qual a situação do Brasil nesse cenário?
A situação do Brasil nesse cenário é terrível. Não tivemos propriamente um Estado do Bem-Estar Social, não temos um avanço tecnológico no estado da arte do mundo, não temos investimento em pesquisa e desenvolvimento e, agora, política industrial virou palavrão. 

Jogamos fora o bebê junto com a água suja. 

Mas os outros países não estão fazendo isso. Estão sendo pressionados, muito pressionados, mas paralelamente conseguem manter suas estratégias industriais e sua sofisticação produtiva. 

Portanto, se hoje a nossa balança comercial da saúde já é negativa, a nossa balança comercial de produtos relacionados aos cuidados será ainda mais negativa no futuro próximo. 

Nós iremos, mais uma vez, consumir produtos importados e assistir ao famoso vazamento do PIB.
O que poder público e iniciativa privada precisam fazer para enfrentar as consequências dessa corrida?
Precisa emular o que os países ricos estão fazendo com as adaptações de praxe para a nossa realidade. 

Os países que hoje estão mais à frente na economia da longevidade, como os escandinavos, o Japão, parte da Europa, Canadá e mesmo os Estados Unidos, investem em pesquisa e desenvolvimento na área da longevidade e estão já exportando esses bens, serviços e expertise para o mundo. 

Ou seja, estão vendo o envelhecimento também como uma fonte de geração de riqueza e não apenas como custo. Essa mudança de percepção é o ponto que eu procuro destacar no livro.
***
Serviço
Economia da Longevidade – o envelhecimento populacional muito além da previdência, Jorge Félix, Editora 106, 190 páginas

Por que vamos precisar de um novo mapa da vida


Por Mariza Tavares
Jornalista, mestre em comunicação pela UFRJ e professora da PUC-RIO, Mariza escreve sobre como buscar uma maturidade prazerosa e cheia de vitalidade.

Por que vamos precisar de um novo mapa da vida

Longevidade demanda um design diferente da sociedade contemporânea

Rio de Janeiro
31/12/2019 06h01 · Atualizado há 2 semanas  

Na coluna passada, fiz uma provocação bem-humorada sobre ninguém estar velho demais para fazer uma série de coisas em 2020. Brincadeiras à parte, esse é o objeto de reflexão de um número crescente de especialistas. O Centro de Longevidade da Universidade de Stanford, nos EUA, quer criar o que batizou de “novo mapa da vida”, que funcionaria como uma espécie de bússola para aprendermos a navegar nesses mares ainda desconhecidos. E por quê? Porque a perspectiva de chegarmos aos 90 ou 100 anos gera um desafio: o que vamos fazer com nossa existência superestendida?
A iniciativa consiste num projeto de cinco anos, até 2023, para pesquisar e definir novos modelos de educação e aprendizado contínuo; redesenhar a forma como trabalhamos; propor políticas públicas para saúde, moradia, segurança financeira; além de promover ações que estimulem a convivência entre diferentes gerações. Na verdade, o diagnóstico é de que teremos que criar uma outra narrativa sobre a velhice, uma vez que a tradicional já não representa a realidade. Há grupos nas áreas de saúde, trabalho, educação, finanças, meio ambiente, influências sociais e a chamada “early life”, ou seja, o início da infância. O movimento quer aumentar a consciência sobre o impacto dessas mudanças nos próximos anos, para que a sociedade se mobilize.
No fim de novembro, Laura Carstensen, diretora do centro de longevidade, escreveu um artigo para o jornal “The Washington Post” no qual foi incisiva: “precisamos de um redesenho da vida”, afirmou, acrescentando que a angústia de não ter como sobreviver e o medo da demência, cada vez mais recorrentes entre idosos, demandam uma intervenção da sociedade. Listei os tópicos que norteiam os estudos para mostrar a abrangência do projeto.

Laura Carstensen, diretora do centro de longevidade da Universidade de Stanford, na Califórnia — Foto: Divulgação
1) Desafio urgente: a população mundial é de 7.6 bilhões. Chegará a 8.6 bi em 2030 e 9.8 bilhões em 2050. O curso de vida das pessoas deverá comportar mais de uma carreira e períodos de estudo e transição para diferentes atividades.
2) Intergeracionalidade: será preciso superar a segregação entre gerações que ainda perdura. A convivência em casa, no trabalho e em ambientes de estudo será um fator primordial para o bem-estar de todos.
3) Desigualdades econômicas, educacionais e raciais deverão ser combatidas para que a longevidade não se restrinja aos privilegiados.
4) O uso da tecnologia: como inserir as pessoas para que todos se beneficiem de seus aspectos positivos e se conscientizem dos negativos.
5) Foco na infância: a saúde está intimamente relacionada aos estágios iniciais da vida. Se as crianças vão viver mais de 100 anos, o conceito de educação terá que mudar. O modelo atual, que encerra a formação do profissional na universidade, precisa ser revisto, para o desenvolvimento de habilidades como criatividade, flexibilidade e resiliência.
6) Saúde: o foco deverá ser na prevenção, para que todos permaneçam saudáveis durante o maior tempo possível. Isso inclui combater a obesidade (infantil inclusive), fumo e o uso de opioides.
7) Trabalho: o emprego para a vida toda acabou e os trabalhadores terão que ser treinados continuamente. Já é possível imaginar um cenário no qual uma pessoa na casa dos 30 anos sai do mercado por uma década para cuidar dos filhos e depois se dedica a uma nova carreira, sendo comum ter colegas de 70 e 80 anos.
8) Segurança financeira: sistemas de previdência serão cada vez menos generosos. Educação financeira para saber planejar o futuro será disciplina obrigatória nas escolas desde cedo.
9) Meio ambiente: aqui a expressão se refere às cidades, que precisarão investir em sistemas integrados de transporte e moradia acessível. Um modelo que vem angariando adeptos prevê assistência para os idosos sem que tenham que se mudar para uma instituição, inclusive convivendo com jovens que se encarregariam de alguns serviços.
10) Influências sociais: independentemente da idade, todo indivíduo necessita do senso de pertencimento, de um propósito. A saída: coordenar ações para que os muitos anos que as pessoas terão pela frente ganhem significado.
Fonte: Bem Estar








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